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Foto do escritorLuiz Carlos Alves de Sousa

A surdez e suas implicações na comunicação

Médico segurando aparelho para surdez

Comunicar é partilhar com alguém um conteúdo de informações, pensamentos, idéias, desejos e aspirações, com quem passamos a ter algo em comum. A comunicação feita por meio da linguagem falada responde à necessidade vital do homem na busca de novas experiências e conhecimentos, sendo um ato social fundamental em nossas vidas.



 

A surdez pode acarretar uma série de problemas no dia a dia da pessoa. Primeiro grandes constrangimentos em função do preconceito. A pessoa cega inspira compaixão, solidariedade e outros nobres sentimentos humanos. E o surdo? Este é muitas vezes motivo de chacota, se for idoso ele já ganha o estigma da figura da velhinha da praça da alegria, aquela que entende as coisas tudo errado! A criança fecha a janela do conhecimento e se isola.

 

A deficiência auditiva durante a infância sempre resulta em déficits na recepção e expressão da linguagem, que se torna comprometedora no desempenho das funções cognitivas, emocionais, sociais e comunicativas da criança. Quando rejeitadas pela família e sociedade, o que não raramente ocorre, revidam o ultraje da rejeição com atitudes anti-sociais exibindo um comportamento arredio. Uma criança que não tem a sua deficiência diagnosticada precocemente perde a inadiável oportunidade de ser inserida em um programa médico-educacional de habilitação que lhe proporcionara desenvolver-se e exercer plenamente sua cidadania.

 

A deficiência auditiva é acompanhada de uma diminuição frustrante na compreensão da fala comprometendo a comunicação do indivíduo com seus familiares, amigos, enfim, todas as pessoas que o cercam, impedindo-o desempenhar plenamente o seu papel na sociedade. Ele está sempre alheio e confuso não respondendo quando interpelado. A pessoa ensurdecida se sente um estorvo. Ela tem que ouvir a TV com volume muito alto atrapalhando o resto da família, não consegue sentar-se na mesa com os familiares. Surgem problemas de alerta e defesa: incapacidade para ouvir pessoas e veículos aproximando-se, panelas fervendo, alarmes, telefone, campainha da porta, anúncios de emergências em rádio e TV. Sua autoestima fica deteriorada e o que lhe resta é o isolamento, aí ele se deprimi e experimenta uma vida bastante infeliz.

 

Tentar comunicar-se no dia-a-dia com uma pessoa idosa deficiente auditiva é tarefa árdua, que demanda energia e principalmente muita paciência. A perda da audição muda o perfil psicológico do indivíduo. Ele vai se tornando uma pessoa mais introvertida, mais desconfiada, vai se interiorizando no seu mundo próprio.

É muito freqüente os familiares descreverem o portador de deficiência auditiva como confuso, desorientado, distraído, não comunicativo, não colaborador, zangado, velho e, injustamente, senil. O aumento da pressão auto-imposta para ser bem sucedido na compreensão da mensagem gera ansiedade e aumenta a probabilidade de falhar nesta tarefa. A ansiedade leva à frustração e a frustração leva à falha; a falha, por sua vez leva à raiva e, finalmente, a raiva leva ao afastamento da situação de comunicação. De novo o resultado é o isolamento e a segregação.

 

Algumas dicas ajudam os familiares e amigos do deficiente auditivo a contornar o problema:

 

- Falar pausadamente e olhando de frente para a pessoa com dificuldade auditiva;

- Falar pouco mais alto, sem gritar;

-Caso a pessoa não compreenda bem, repetir o que foi dito empregando algumas palavras diferentes para aumentar a chance de compreensão;

-Não falar gritando de outros aposentos da casa;

-Incentive uma avaliação médica do problema, e, se houver indicação, o uso de aparelhos auditivos;

-Incentive o uso de fones de ouvido para ouvir melhor a televisão e aparelhos de som;

-Incentive a instalação de alarmes luminosos para a campainha da casa e do telefone.



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